A eutanásia consiste em um procedimento destinado a causar a morte intencional e indolor a um indivíduo que apresenta doença incurável ou muito dolorosa, sem perspectiva de melhoras.
O principal objetivo do ato é fazer cessar a dor e o sofrimento que a vida enferma está causando, de forma intensa e incessante, a uma pessoa.
Muitas vezes, o indivíduo busca pela eutanásia porque acredita já ter vivenciado as experiências e felicidades que desejava, e, satisfeito, vê na morte a solução para sua triste e dolorosa fase atual.
Porém, em alguns casos, mesmo sem ter tido a possibilidade de vivenciar tudo aquilo que desejava nessa jornada, a pessoa ainda assim prefere findar sua existência.
A fé neste momento é acolhedora e confortante, sendo que algumas religiões pregam, inclusive, uma nova vida, com o renascimento dos seres após sua morte. No artigo “Reencarnação: a vida após a morte” tratamos sobre esse assunto.
Como funciona a eutanásia?
A eutanásia é uma prática que pode ser solicitada tanto pelo próprio paciente, quanto por seus familiares, ou por ambos.
Envolvendo diversas questões éticas, religiosas, legislativas, entre outras, a eutanásia não é um procedimento legal em alguns países, sendo, até mesmo, considerado crime.
Há duas classificações para a eutanásia, que consistem:
- Eutanásia Ativa;
- Eutanásia Passiva.
Cada uma delas possui um significado diferente e uma forma distinta de ocorrer.
Eutanásia Ativa
Esse tipo de procedimento é provocado no paciente, através de uma negociação e um planejamento efetuados entre ele e um especialista, o qual irá executar a eutanásia.
Ou seja, não é um procedimento natural, pois medicamentos e outras substâncias são injetados no indivíduo, provocando seu óbito.
Nesse tipo de eutanásia, são agendados o dia e o horário em que o processo será efetuado, bem como a forma que será feito.
Juntamente, é combinado com os familiares do indivíduo como e quando serão avisados sobre o resultado do processo.
Desde o início da decisão do paciente, um psicólogo acompanha a jornada, de forma a certificar-se de que realmente é a vontade da pessoa provocar o seu óbito, que ela não sofre com pressões externas, e que o procedimento é responsável e consciente.
No momento da eutanásia, o especialista encarregado pelo ato questiona se realmente é a vontade do paciente dar sequência ao trabalho, podendo ser interrompido, caso ele desista.
Em caso afirmativo, a eutanásia se consolida com o especialista administrando uma série de substâncias, tais como a morfina, de forma a adormecer a pessoa, e, por fim, cessar os sinais vitais, de forma indolor.
Eutanásia Passiva
Nesse tipo de eutanásia, a morte não é provocada, ocorrendo de forma natural, uma vez que a assistência médica necessária para manter a vida do indivíduo é interrompida.
O procedimento é executado seguindo a orientação de reduzir os medicamentos aplicados no paciente, ao longo do tempo, até que a vida não consiga mais ser mantida.
No momento da morte, nenhuma assistência médica é prestada, de forma a deixar o paciente falecer de forma natural.
Eutanásia no Brasil
Perante a legislação brasileira, a eutanásia não configura como crime, mas é considerada homicídio. Portanto, é ilegal.
Pode, também, ser configurada como um auxílio ao suicídio, mas para isso ocorrer, o paciente deve haver solicitado ajuda para morrer.
Porém, perante a lei, o procedimento é exposto como homicídio privilegiado, havendo, portanto, previsão de redução da pena àqueles que efetuaram a eutanásia.
Essa redução na pena se justifica pelo fato de o procedimento ser visto, pela legislação brasileira, como uma ação cometida sob intensa emoção ou por motivos de relevante valor social e moral, em paciente que apresentam fase terminal.
A prática no mundo
Ao contrário do Brasil, que não permite a eutanásia, alguns países vêem na prática uma forma de amenizar o sofrimento e a dor de pacientes, sem condená-la.
Suíça, Uruguai, Holanda e Bélgica são exemplos de regiões em que a eutanásia é legal, dependendo das condições em que ela for executada.
Alguns requisitos necessários para que o procedimento seja realizado, é o paciente apresentar doença incurável, dores insuportáveis, suplicar repetidas vezes pelo ato, ou seja, deve estar em estado terminal.
Controvérsias da Eutanásia
Abordar sobre a eutanásia é sempre polêmico.
Isso porque envolve diversos pontos a favor e contra, que vão desde questões éticas e morais a decisões delicadas dentro das famílias.
Há quem a defenda, pela razão de que cada indivíduo tem o direito à vida e, também, a cessá-la, quanto não ver mais proveito e dignidade nela.
Os que a contrariam, por sua vez, não vêem diferença da eutanásia em relação a um assassinato, por exemplo.
As discussões são amplas e delicadas, bem como a decisão é um ato particular e bastante difícil ao paciente e a sua família.
Cabe a cada indivíduo, dentro da legalidade de seu país, sua enfermidade e a assistência recebida de uma equipe médica, definir o mais sensato destino a sua vida.