Processo de mumificação: entenda esse procedimento histórico

Processo de mumificação: entenda esse procedimento histórico

A perda de um ente querido sempre foi um processo doloroso, desde a antiguidade até os dias de hoje.

É impossível, mesmo com o avanço do tempo e das tecnologias, ser neutro frente à despedida ocasionada pela morte.

São diversas e históricas as técnicas empregadas pelos seres humanos, a fim de conservar o estado físico de um ente que partiu.

Uma delas consiste o processo de mumificação, que permite a preservação do corpo humano por um extenso período de tempo.

Neste artigo, vamos abordar sobre a mumificação, sua historia, como era feita, suas razões e como é nos dias de hoje.

Qual a história da mumificação, quais suas razões e como era feita?

A técnica da mumificação é bastante conhecida pelo seu emprego pelos egípcios. No Egito, havia a forte crença da vida após a morte, e, portanto, os corpos deviam ser conservados pelo maior período de tempo possível, de forma que as almas pudessem retornar, mais cedo ou mais tarde, a eles.

O processo de mumificação iniciava com a retirada de todos os órgãos da pessoa falecida, com exceção do coração, porque ali, segundo os egípcios, ficavam abrigados os sentimentos.

Após isso, eram aplicados no corpo do cadáver, por cima e por dentro, sais natrão, de forma a enxugar toda água existente, durante 40 (quarenta) a 72 (setenta e dois) dias. Esse era o período médio da desidratação do cadáver.

Após esse período, o corpo era lavado com bálsamos e óleos essenciais, e enfaixado com panos de linho. Assim, a mumificação estava concluída.

Para os egípcios, a alma só retornaria ao corpo do cadáver com algumas condições. Havia a crença de que a pessoa, após a morte, era julgada pelo tribunal de Osíris, sob os olhares de 42 (quarenta e dois) deuses.

Nesse julgamento, o coração do falecido era colocado em uma balança, sendo comparado o seu peso ao peso de uma pena. Caso o órgão fosse mais pesado que a pena, o individuo estava condenado a ser devorado por uma deusa com cabeça de jacaré. Dessa forma, sua alma não retornaria ao corpo.

Acontecendo o contrário, o indivíduo teria a graça de ter sua alma de volta ao corpo. Por isso, a mumificação era tão importante naquela época, estimada em 5.000 (cinco mil) anos atrás.

A múmia mais famosa do Egito é a do faraó Tutankamon. A morte do jovem foi associada a complicações de uma fratura em sua perna, ocorrida em um momento de caça.

O destaque atribuído ao jovem faraó está relacionado à sua tumba, que foi encontrada intacta. Nela, estava a múmia de Tutankamon, dentro de um sarcófago, coberta com uma máscara mortuária de ouro, e inserida em um caixão, que também era de ouro maciço. No local, foi encontrada uma grande quantidade de tesouros.

Ainda que a mumificação seja bastante conhecida pela prática egípcia, um povo existente na região compreendida entre o Chile e o Peru, denominado Chinchorro, já aplicava as técnicas de conservação dos corpos há estimados 7.000 (sete mil) anos atrás, ou seja, muito antes do Egito.

Como é este processo nos dias de hoje?

Estima-se que o processo de mumificação tenha sido cessado há 1.700 anos atrás. Mas, mesmo com sua inutilização, a prática deixou um legado, principalmente aos procedimentos de embalsamento, que são utilizados até os dias de hoje.

O embalsamento, ao contrário da mumificação, não possui as razões espirituais que existiam antigamente. Atualmente, esse processo destina-se, principalmente, à preservação de corpos para a realização do sepultamento.

Dessa forma, o embalsamento tem como função principal manter a aparência de um corpo falecido semelhante ao seu estado vivo.

Nessa técnica, o sangue é retirado do corpo, e, no lugar, é injetado um composto de água e formaldeído, que auxilia na conservação da matéria orgânica.

Após isso, o corpo é massageado, de forma a amenizar o enrijecimento dos músculos, que ocorre em função da morte. Após isso, a maquiagem e demais ajustes são efetuados no corpo falecido, de forma a garantir uma boa apresentação do cadáver em seu velório.

Para o translado nacional ou internacional de cadáveres, o embalsamento é um procedimento obrigatório.

Mesmo que o ritual da mumificação tenha se perdido com o passar dos anos e dos novos costumes, podemos entender o quão importante é o processo de embalsamento para a conservação de corpos nos dias de hoje.

Assim, é fato que a mumificação deixou um grande legado para a evolução da humanidade.

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